Não gosto de Lady Gaga, mas tenho que admitir que as vezes sou fisgado e paro para prestar atenção, já que ela é de uma escola onde foram criados os astros Michael Jackson e Madonna. Tudo nela é programado, inclusive a própria faz questão de afirmar que sua busca insana pela reinvenção artificial e descartável, chegando até soar debochada. Em determinada entrevista ela afirmou em entrevista que trabalha para “arte da fama”. Sua reinvenção obviamente é a da recriação e praticamente cópia de símbolos culturais já estabelecidos. Andy Warhol utilizou ícones pop (de Marilyn Monroe a Sopas Campbell), Lichtenstein usou historias em quadrinhos e nem por isso seus projetos foram desvalorizados ou deixaram de ser criativos. Lady Gaga funciona muito bem visualmente e isso com certeza já a torna um novo ícone da música pop (que em geral não necessita de boa música, mas sim atitude atrelada a realidade social e visual impactante). Analisando “Born this Way” notam-se quantas referências criativas ela buscou e a forma minuciosa que aplicou símbolos com ajudas externas obviamente.
Consegui listar algumas das referências que achei mais interessantes:
- A videoclipe se inicia com um triangulo rosa e um unicórnio dentro. Na época do nazismo o triangulo rosa posicionando a ponta para baixo era usado para diferenciar os judeus que eram gays nos campos de concentração. Já o unicórnio representa a pureza, simbolizando logo de cara sua opinião sobre as diferenças e revelando seu ativismo. Ela utiliza o assunto para atrair o público gay (que consome música pop e a divulga) e estar de certa forma sempre na mídia como uma figura ativista, com preocupações sociais e uma mente aberta.
- A videoclipe se inicia com um triangulo rosa e um unicórnio dentro. Na época do nazismo o triangulo rosa posicionando a ponta para baixo era usado para diferenciar os judeus que eram gays nos campos de concentração. Já o unicórnio representa a pureza, simbolizando logo de cara sua opinião sobre as diferenças e revelando seu ativismo. Ela utiliza o assunto para atrair o público gay (que consome música pop e a divulga) e estar de certa forma sempre na mídia como uma figura ativista, com preocupações sociais e uma mente aberta.

- Gaga faz a introdução do videoclipe com um manifesto que explica sobre uma nova raça que se prepara para habitar o mundo. Exemplificada pela Mother Monster, são apresentadas imagens de parto e útero, que de certa forma afirmam a posição da mulher como dominante. Mais uma posição ativista a favor das mulheres.



- Nenhuma outra figura do pop atual declara usar a maconha para ajudar em seu processo criativo, Gaga já afirmou isso. Em determinada cena ela utiliza uma metralhadora que simula tiros com imagens que remetem a folha da maconha. Essa cena também pode ser ilustrada representando a droga como o lado destruidor da humanidade e a arma seria de certa forma uma simulação da guerra (praticamente uma simbolização da guerra do tráfico...rs) - tudo viagem minha!rs
- O vídeo é totalmente direcionado a um público que valoriza a diversidade, por isso a abordagem pode servir tanto para sexualidade quanto para aparências, isso fica ainda mais claro na cena em que ela interage com o modelo Rick Genest, conhecido por suas tatuagens no corpo inteiro. O diretor do vídeo Nick Knight já trabalhou com Bjork e Alexander McQueen e prioriza sempre em seus trabalhos a quebra das convenções estéticas, por isso consegue transmitir com extrema facilidade a mensagem de Gaga.

