segunda-feira, 20 de julho de 2009


Assisti domingo a peça “Gloriosa” com a Marília Pêra que é baseada na história real de Florence Foster Jenkins, uma cantora péssima que desafinava e assassinava as canções, mas não tinha a menor noção disso. O momento dramático de sua história foi quando ela conseguiu se apresentar no Carnegie Hall. Florence conseguiu lotar a casa de shows, mas não pelo seu talento, a platéia de mais de três mil pessoas era formada por curiosos que riam sem parar ao ouvi-la. No dia seguinte, a cantora teve finalmente consciência de que era péssima ao ler as criticas impiedosas ao seu respeito. Depois de um mês ela morreu.
O que me fez apaixonar pela história foi a pureza da personagem. Ela realmente não fazia idéia de que sua voz era um horror. Ela cantava com tanto prazer e felicidade que acreditava ser realmente uma boa cantora. A peça “Gloriosa” é bem engraçada (Guida Vianna, que eu adoro, vive três papéis na peça e rouba a cena sempre que aparece), mas ao mesmo tempo trata com delicadeza essa “falta de noção” que Florence tinha. Na cena que fecha o espetáculo, Eduardo Galvão (que interpreta o pianista gay que acaba se casando com Florence) fala que a cantora sempre acreditou cantar bem e em seu leito de morte ela passava sempre essa sensação, logo em seguida de sua fala surge Marília Pêra (dessa vez bem afinada) cantando como Florence acreditava cantar.

Consegui achar um trecho no youtube de uma música interpretada por Florence Foster Jenkins e é sensacional comparar com o trabalho de Marília Pêra. Ela soube interpretá-la com perfeição.