Fui uma vez em um show do Otto numa festa de música eletrônica em Belo Horizonte. Sempre ia com uma amiga minha chamada Ana Carolina nessas festas, hoje só de lembrar me dá uma preguiça e não consigo imaginar como eu conseguia ficar até 7 horas da manhã com música eletrônica na cabeça e ainda por cima sóbrio! Enfim, Otto fez um show em uma dessas festas (acho que em 1999) e na época a única música mais conhecida de seu cd “Samba pra Burro” (que, aliás, foi aclamado pela critica) se chamava “TV a Cabo” e tinha até clipe na MTV. Quando ele começou a tocar, algumas pessoas reconheceram e cantaram junto o refrão “acabo de comprar uma TV a cabo, acabo de entrar na solidão acabo...” e o mais engraçado era que a qualquer tentativa dele em tocar outra música era interrompido, pois todos pediam a bendita “TV a cabo”, no fim ele tocou a música umas cinco vezes ou mais!
Hoje acabei encontrando por acaso um link do último cd dele no http://penduradoparasecar.blogspot.com/ que eu sempre entro e resolvi baixar, impulsionado principalmente pelas faixas que Julietta Venegas participa. Além dela o cd tem a participação da Céu, o que me fez lembrar na hora de que ele sempre está acompanhado de mulheres interessantes em seus trabalhos. Em “Samba pra Burro” Bebel Gilberto participou, em “Condom Black” (seu segundo disco) participaram Luciana Mello, Fernanda Lima e Maria Paula.
No novo cd ele gravou duas músicas com Julietta Venegas, sendo uma delas “Lágrimas Negras” música de Jorge Mautner que foi gravada por Gal Costa na década de 70. A outra faixa que está no cd com a cantora se chama “Saudade” e entrou na trilha sonora do filme “Só Deus sabe” que tem no elenco Alice Braga e Diego Luna.
Outra música interessante no disco do Otto é “Naquela Mesa”, um clássico da música popular brasileira que ouvi sempre nas reuniões e festas que aconteciam em casa quando eu era menor e a família era maior. Minha mãe, aliás, sempre frisava que essa música a fazia lembrar do pai. Acho a letra tão bonita.
Naquela Mesa
Composição: Sérgio Bittencourt
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim