sábado, 5 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

“Cisne Negro” faz um contraponto com o filme anterior do diretor Darren Aronofsky. Em “O Lutador” seu alvo foi um lutador em decadência, já em seu atual ele focaliza uma bailarina em ascensão. Ele mergulhou a fundo nos dois universos captando a insegurança de seus protagonistas. Em “Cisne Negro” a personagem vivida por Natalie Portman impressiona pelo virtuosismo e qualidade na dança, mas também por sua insegurança e fraqueza. Tudo ali parece fazer parte de um jogo para desestabilizá-la. A bailarina que ela substitui começa o jogo. Vivida por Winona Ryder, em pequenas cenas entre as duas, a personagem de Natalie Portman parece amedrontada, principalmente por perceber que aquele triste retrato pode se tornar seu em pouco tempo. Sua mãe também é sua grande desestabilizadora. Além de carregar em si, a frustração de não ter sido uma grande bailarina, ainda aproveita para a culpar a filha. Vivida pela grande atriz Barbara Hershey, o papel é um dos mais assustadores do filme (ao lado do alter ego da bailarina de Natalie Portman, vivida por ela e também pela linda Mila Kunis).

Alternando olhar delicado, com momentos pesados, “Cisne Negro” impressiona em todos os sentidos. Na direção, nas atuações e na edição perfeccionista, que transforma o filme em uma grande obra de arte. Quando fez “O Lutador” o diretor convidou Mickey Rourke, um ator decadente que se encaixava perfeitamente no papel do fracassado lutador, agora em Cisne Negro ele convida uma atriz em ascensão que deve encontrar pelo caminho cobranças do mesmo estilo no meio cinematográfico. Nos ringues ou nos balés os obstáculos segundo Aronofsky sempre dependem de você, daí os personagens sofrem durante todos os filmes...