A praça Roosevelt tem teatro acessível pra todos os bolsos. Fiquei impressionado ontem com duas peças que buscaram uma alternativa, não apenas para atrair público, mas também para criar uma forma nova de encenar. Um grupo buscou uma alternativa bem interessante onde a proposta de encenação é dentro de um ônibus. A peça escolhida foi “Valsa nº 6” de Nelson Rodrigues e o valor do ingresso é 2,30, o valor de uma passagem de ônibus. O horário também é um pouco alternativo, pois a peça começa meia noite.
Outra proposta diferente na praça é “Drive-thru”. A idéia é apresentar pequenos monólogos com temas diversificados em uma cabine improvisada em frente a um teatro. O valor é 1,99 e o espectador escolhe um tema onde os atores se revezam para apresentar. Achei interessante a idéia e como a praça Roosevelt tem propostas diferentes pra todos os gostos.
E ainda falando sobre teatro, fui assistir ao filme “Tempos de Guerra” do Daniel Filho, que é um diretor que eu não gosto muito. Talvez pelas escolhas dele e por ter trabalhado por tanto tempo na TV, a maioria de seus filmes eram sempre carregados de clichês e sua tentativa de fazer um filme sério (“O Primo Basílio”) foi completamente frustrada. “Tempos de Paz” é baseado na peça “Novas Diretrizes em Tempos de Paz”. Pelas criticas que eu li, o filme é absolutamente fiel à peça e talvez por isso não funcione tão bem para o cinema. Imagino que a atuação de Dan Stulbach no teatro devia ser emocionante, mas para os cinemas ficou exagerada. Achei que ele pesou um pouco a mão e o filme acabou ficando um pouco cansativo. O que mais gostei do filme, foram os créditos finais que homenagearam poloneses que vieram para o Brasil durante a guerra. Foi o momento mais emocionante do filme.
Aliás, aproveitei o fim de semana pra ver alguns filmes despretensiosos. “Se beber não case” que achei engraçado, mas quando saí do cinema não me lembrava de nada do filme. É o típico filme que funciona melhor em trailer. Também assisti “Bruno” e confesso que me decepcionei um pouco, esperava bem mais. O filme segue a linda de “Borat”, é um documentário onde o protagonista sai de sua cidade natal e passa por várias dificuldades e confusões, mas achei que “Bruno” utilizou pouco o recurso de enganar as pessoas (como aconteceu em “Borat”). A cena mais é engraçada é quando ele vai se consultar com um vidente e simula uma relação sexual e também quando vai apresentar um programa de TV trash para uma emissora grande. Agora o mais despretensioso de todos “Arraste-me para o inferno” é um filme de terror que assusta, mas usa humor o tempo inteiro (e humor tosco!). O diretor é Sam Raimi (que dirigiu vários filmes de terror, mas ficou famoso mesmo com os filmes do “Homem-Aranha”) que é mestre em usar efeitos especiais. Em nenhum momento o filme fica chato ou segue os clichês habituais de filmes de terror. Vale a pena arriscar e assistir filmes despretensiosos de vez em quando...rs!