
Diego Luna que tem praticamente a mesma formação de Gael García Bernal (os dois contracenam juntos desde as novelas mexicanas passando por produções importantes como “Diários de Motocicleta” e “E sua mãe também”) impressiona na direção. Diferente de Gael, que em sua estréia como diretor no filme “Déficit” (que assisti na Mostra de 2008) impressionou pela imaturidade, Diego Luna mostra o contrário em sua estréia. “Abel” é um filme maduro, seguro e busca dentro de um cenário que poderia soar batido por já ser retratado anteriormente (uma família pobre do México, abandonada pela figura paterna) em um filme original que mescla drama e humor com perfeição.
Na trama um garoto que é internado após sofrer com o abandono do pai (que parte para os EUA) retorna a sua casa acreditando ser o chefe da família. Por esse distúrbio psicológico do protagonista o filme consegue arrancar risadas pela ingenuidade do personagem com suas atitudes em relação à mãe e aos irmãos sem deixar os dramas de lado, principalmente o da mãe (com uma atriz excepcional no papel!) que está sempre a mercê do pai, do filho e da casa em ruínas.