
Tanto filme nacional bom em cartaz, certamente uma das melhores fases do cinema nacional (e sem querer fazer discurso chato, porque é fato)...
Coração Vagabundo
Um documentário que inicialmente seria um extra no DVD da turnê de “Foreign Sound” (um dos discos mais chatos do Caetano Veloso) acabou gerando o filme, pois o projeto do DVD não vingou e como havia um material extenso e interessante (pra alguns!) acabou virando filme. Vale dizer que é um filme para fãs. Quem não gosta do Caetano Veloso ou gosta de uma ou outra música, não é recomendável. O filme é o cantor/compositor/escritor/diretor falando sobre tudo. Uma das cenas que eu achei mais engraçada foi quando ele estava no camarim esperando para se apresentar e o diretor com a câmera chega e Caetano vai logo falando “olha, não vou poder falar nada, minha voz ta ruim e preciso ficar calado”, depois de alguns segundos ele volta a falar “é, vai ser um filme de um cantor mudo” e novamente ele volta a falar sobre cinema quebrando sua regra inicial de ficar calado. Essa é a primeira parte do filme, Caetano feliz, alegre, nervoso (quando dá uma entrevista para uma emissora americana e sente-se subdesenvolvido). Depois na segunda parte em uma viagem pra Tókio (dois anos depois) ele já não é o mesmo, está bem calado (realmente!) e fala pouco, se diz triste e em crise. A crise era real e envolvia sua separação. Eu como fã vibrei o filme inteiro e senti muita inveja do diretor que conseguiu passar muitos momentos com ele. O filme também é bacana pelas participações de Gisele Bunchen, Pedro Almodóvar, Paula Lavigne (que é muito engraçada), Michelangelo Antonioni e David Byrne.
À Deriva
Já conhecia a história do Roberto Carlos Ramos há bastante tempo, tinha assistido alguns programas que ele participou anos atrás e lembrei na hora dele quando ouvi falar do filme. Aliás, vi falarem do filme quando a Maria de Medeiros veio pra Mostra Internacional de São Paulo e andava de braço dado com a Denise Fraga pra baixo e pra cima e em alguma entrevista ela acabou contando sobre o projeto. Depois acabei vendo o trailer do filme e minha expectativa foi imensa, achei lindo o que vi. Mas depois de assistir não fiquei com a mesma sensação, me emocionei mais com o trailer do que com o filme. Depois de ver o filme achei bastante interessante a idéia do diretor de misturar algo lúdico na visão do protagonista durante sua infância, essas cenas na minha opinião são os melhores momentos do filme. Também os momentos que ele vive durante sua estadia na FEBEM são bem interessantes, pois fogem um pouco da visão lúdica, mas tem uma edição bem eficiente, com uma trilha perfeita e a narração do próprio Roberto Carlos. Depois disso achei que o filme foi pra um lugar comum demais, ficou um pouco meloso e perdeu muito da estrutura inicial que dava um ar original pra história.